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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Psicóloga deficiente dá lição de vida em palestra para servidores da Emater


(Por Fabiana Cortez)
A vida da jovem psicóloga Angélica Quinelato (25) desde o princípio foi prova de superação. Sem o sistema muscular nos braços e nervos atrofiados nas pernas, Angélica revelou primeiramente à família que seu propósito certamente seria a de levar à todos a mensagem de que superação depende apenas da vontade própria. Funcionária da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – Emater há pelo menos oito meses, foi aos colegas de empresa que ela palestrou pela primeira vez, levando uma injeção de ânimo em toda a Regional de Rolim de Moura.
O convite partiu da gerente regional da Emater de Rolim de Moura, Albertina Marangoni, que ao acompanhar e observar a dedicação de Angélica em seus afazeres profissionais na Emater de Nova Brasilândia, onde a jovem atua como agente administrativa, decidiu incentivar a jovem à levar aos demais colegas da regional uma lição de vida e motivação. “Por mais que ela não consiga usar os braços, ela faz tudo com os pés, uma habilidade que foi desenvolvendo com o passar dos anos e a energia boa que ela transmite por meio da sua autoestima é algo admirável. Tem tanta gente que não conta com nenhuma deficiência física e que reclama de tudo, que o exemplo de Angélica certamente vai levar muitos a iniciar uma reflexão sobre a importância de valorizar tudo que tem e é claro suas habilidades”, declarou.
O convite foi tão bem aceito, que Angélica preparou uma série de dinâmicas para aplicar durante o treinamento, que envolveu as áreas sociais dos escritórios da Emater da Zona da Mata, tendo o objetivo de incentivar os participantes à criatividade, integração, trabalho em equipe, adaptação e sobretudo o valor da superação. “É muito comum observar que existem pessoas com potencial de realizar uma série de ações ou atividades, mas que não dão sequer o mínimo de valor e não o aproveita, enquanto há muitos outros que anseiam o tempo todo possuir o mesmo potencial e não pode e isso é um dos motivos que me incentivou a estar aqui”, declarou.
Para ela, a superação depende apenas de um fator, o próprio ser humano, e que todas as ferramentas para que uma pessoa possa alcançar o sucesso naquilo que almeja está nas mãos de cada um, que tem o dom de escolher em apanhá-lo ou deixá-lo fugir por entre os dedos.
A lição levada por ela, para cerca de 30 pessoas, também atribuiu à explanação sobre a história de vida de Angélica, graduada em psicologia há seis meses. Ela contou que ao nascer, a vida dela chegou a ser desacreditada pelos médicos e em alguns momentos pela própria família. Como vinha de uma origem carente, as chances de algum tipo de tratamento que pudesse reverter parte de suas deficiências foram descartadas, mas o que não foi descartado foi a esperança dos pais, que permaneceu à lutar pela vida de Angélica. E foi por meio desse amor incondicional, que ela acabou desenvolvendo as habilidades com os pés, a princípio para pegar fraldas de boca, depois outros objetos que eram dados pelos pais.
Uma das fases mais difíceis passou na adolescência, no período escolar. “Eu ficava observando as outras crianças brincarem e eu não conseguia, mas fui superando”, revelou. Esse seria apenas outra etapa das superações, porque uma nova surgiu ao decidir ingressar na faculdade. “Mesmo sendo de Nova Brasilândia, fiz um esforço para conseguir estudar em Rolim e foi assim que apareceu mais um desafio para mim. Nunca esqueço quando um dos professores do meu curso se dirigiu à minha pessoa e pediu para responder uma pergunta. Como eu era extremamente tímida, fiquei nervosa e não consegui responder a pergunta, pondo-me aos prantos; daquele dia em diante comecei a trabalhar meus medos e aos poucos quebrei mais uma barreira”, relembra. A prova que venceu o medo de falar em público foi naturalmente exposto durante a sua palestra, que aconteceu no auditório da Secretaria de Estado de Fazenda – Sefaz, onde dominou a atenção dos participantes até o ultimo instante da palestra.
Para a colega de trabalho, Solange Almeida Freire, conviver com Angélica é motivo de orgulho e um exemplo de vida. “Venho aprendendo cada vez mais com ela, principalmente porque Angélica é a prova viva de que nossos desafios não são nada, oportunizando um novo aprendizado todos os dias”, alegou.

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