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sábado, 19 de novembro de 2011

Catadores de materiais recicláveis querem terreno para Cooperativa

Reinaldo Ferreira Campos tem 59 anos de idade, há quatro anos está envolvido com a reciclagem de materiais em Rolim de Moura. Por volta das 6h, ele costuma sair de casa montado em sua bicicleta carregando uma carretinha para iniciar a coleta dos materiais pela cidade, às vezes sai de casa antes mesmo desse horário; às 12h retorna pra casa prepara seu almoço e logo às 14h retoma o trabalho, encerrando-o quase sempre por volta das 18h. Este é apenas parte do trabalho de um catador de lixo, ou de material reciclável como também é conhecido, porque após o término da coleta inicia a separação de cada tipo do material, que por fim é embalado e vendido por um valor não tão atrativo como poderia ser se não fossem os atravessadores, pessoas que compram o material separado e os revendem às cooperativas por um valor melhor.
Em busca de acabar com tal sofrimento, melhorando as condições de trabalho de Reinaldo e de outros dez catadores, eles montaram a Cooperativa de Reciclagem de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis da Rede de Economia Solidária (Catanorte) de Rolim de Moura, o presidente da Cooperativa, que é o próprio Reinaldo Ferreira, tem tentado o apoio do Município para obter um terreno visando a implantação da sede. Segundo ele, a Cooperativa foi firmada em 18 de junho de 2011, com o propósito de multiplicar a rentabilidade e fortalecer a atividade dos catadores, que até então trabalhavam de forma autônoma, por meio de atravessadores, que de acordo com ele tem sido inviável às famílias que sobrevivem da atividade.
“Enquanto poderíamos vender os materiais diretamente às demais cooperativas, por um valor mais justo, ainda continuamos perdendo dinheiro aos atravessadores, o que precisa acabar”, desabafou informando que enquanto poderiam faturar R$0,85 no quilo do plástico, vendendo diretamente, faturam apenas R$0,30. Entre os produtos que reciclam estão também o papel, vendido a R$0,05, e o alumínio, por R$1,80; com a Cooperativa os dois últimos materiais poderiam ser comercializados por R$0,38 e R$3,65 respectivamente.
O que ele e os demais companheiros têm solicitado do Poder Executivo e do Legislativo Municipal é que olhassem mais pelo setor, que mesmo de maneira sutil tem auxiliado na redução do lixo sólido do município por meio da reciclagem. “Se tivéssemos o apoio, tudo seria melhor, porque além de humanizarem nossa atividade, deixaríamos de ser apenas catadores para se tornar colaboradores do município auxiliando na redução do lixo por meio da sustentabilidade social. A única coisa que precisamos é de um espaço digno para trabalharmos, porque as ferramentas para isso já conseguimos através de doações”, ressaltou Reinaldo, complementando que com a ajuda o município estaria impulsionando a renda das famílias que hoje gira em torno de R$300 para cerca de R$1.300.
Além de Reinaldo, o Diário conversou ainda com outro catador, Dejacir Ribeiro Pontes, 46 anos, na atividade há 10 anos, que assegurou o que disse o presidente da Cooperativa. Dejacir é casado, têm três filhos, e declarou que por meio da atividade até conseguiu comprar a casa onde mora, entretanto, com o aumento de pessoas no mesmo ofício, a rentabilidade caiu de forma expressiva, ficando cada vez mais difícil o sustento de modo autônomo, enfatizando não haver outra saída senão o fortalecimento da Cooperativa.
De acordo com o presidente da Catanorte de Rolim de Moura, por várias vezes foi tentado articular com o prefeito do município, Sebastião Dias Ferraz (Tião Serraia), a doação de um terreno ou galpão para a Cooperativa, mas segundo ele, não houve produtividade na conversa. Ele disse ainda ter comparecido na Câmara de Vereadores, em busca de apoio dos parlamentares, mas também não teria surtido efeito. “Precisamos da parceria com o setor público, para tornar eficiente a produção”, concluiu.
O Diário tentou contato com o prefeito para saber se haveria algum processo de apoio ao grupo em andamento, mas o mesmo não se encontrava no município durante a semana, porque estaria em Brasília tratando de interesses públicos. O presidente da Câmara de Vereadores, Jairo Benetti, também foi procurado para prestar esclarecimentos, entretanto também se encontrava fora do município.
Para o funcionamento das atividades, Reinaldo informou que eles já teriam conseguido uma prensa, uma balança e até material de escritório para a Cooperativa, contudo sem o apoio do Município, tais ferramentas de trabalhos continuariam inativas e os catadores sem a oportunidade de aumentar a renda familiar. Eles também teriam obtido o apoio do prefeito de Novo Horizonte, Nadelson de Carvalho e de alguns deputados estaduais, para a formação de mão de obra dos trabalhadores.
Fabiana Cortez/ Diário da Amazônia/ Rolim de Moura




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